Coronavírus: como cuidar das finanças da empresa
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Os impactos da pandemia do novo coronavírus já estão sendo sentidos pelas empresas brasileiras.
Um dos principais reflexos da pandemia do Coronavírus é a queda no fluxo de clientes, em especial nos shopping centers. Com as recomendações de evitar aglomerações e permanecer em casa quando possível, a tendência é que o número de pessoas nas ruas e no comércio ainda diminua.
Diante da mudança de comportamento – e de outros possíveis impactos econômicos da pandemia – pequenas e médias empresas devem rever seus planejamentos e se adaptar o quanto antes. Segundo Márcio Iavelberg, da consultoria Blue Numbers, agir com antecedência é primordial em momentos como esse.
A seguir, confira algumas dicas de como cuidar das finanças do negócio diante do coronavírus:
1. Planeje-se para uma queda nas vendas diante do Coronavírus
O cenário de pandemia do Coronavírus afeta mais alguns setores do que outros.
Empresas de turismo, por exemplo, têm enfrentado o cancelamento de pacotes ou reservas. Já segmentos como e-commerce e delivery podem observar uma alta na demanda. De forma geral, porém, a recomendação de Iavelberg é que empreendedores se antecipem e simulem os impactos de uma queda significativa nas vendas. “As empresas não sabem se conseguirão vender e nem se permanecerão abertas, o que pode gerar seríssimos problemas de fluxo de caixa”, diz o consultor. Para ter uma ideia do impacto, ele recomenda estimar uma queda de 30% a 50% na receita nos próximos dois ou três meses – embora ainda seja difícil estimar por quanto tempo o cenário vai se manter.
2. Conheça e reveja seu fluxo de caixa
Um erro cometido por muitas pequenas empresas, segundo ele, é não ter uma relação de gastos separada entre as despesas fixas e variáveis.
Na primeira categoria entram gastos como aluguel, folha de pagamento e manutenções. Já na segunda estão gastos com itens como insumos, que variam de acordo com as próprias vendas. “Em um cenário de vendas reduzidas, os gastos variáveis caem proporcionalmente. São os gastos fixos, que independem da venda, que mais vão pesar para os empresários nesse cenário”, diz.
A recomendação, portanto, é dividir as despesas nas duas categorias para saber qual será o valor necessário para manter o negócio em caso de perda de receita.
3. Mapeie gastos que podem ser cortados
Este pode ser um bom momento para reavaliar e renegociar alguns gastos, como o aluguel. “Está todo mundo passando pela mesma crise.
Para o dono do imóvel, pode ser mais vantajoso reduzir o valor do que ficar sem o inquilino”, avalia Iavelberg. Diante do cenário, também pode ser mais fácil encontrar fornecedores com preços mais atrativos.
Adotar o home office entre a equipe, além de colaborar para as medidas de prevenção, também pode ajudar a diminuir gastos como os de energia. Também vale avaliar a possibilidade de oferecer férias para parte dos funcionários, caso estejam ociosos.
Iavelberg ainda recomenda acompanhar com atenção as medidas anunciadas pelo governo. Nesta segunda (16 de março de 2020), por exemplo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a injeção de R$ 147,3 bilhões na economia e um pacote de medidas de apoio a empresas. Entre elas está o corte no recolhimento de impostos do Simples Nacional e a possibilidade de adiar o pagamento do FGTS nos próximos três meses.
4. Renegocie dívidas antes que elas apareçam
Se com as análises e ações anteriores o empreendedor constatar que não conseguirá pagar todas as contas, a recomendação é dialogar com fornecedores e credores com antecedência. Assim, os dois lados terão mais segurança na hora da negociação. “Sabendo quanto e quando o dinheiro irá faltar, é possível procurar esses agentes e mostrar que você não terá condições de pagar, mas não quer se tornar inadimplente”, diz Iavelberg.
5. Empréstimos podem ajudar, desde que sejam realmente necessários
Com a chegada das fintechs e o aumento da competitividade no setor financeiro, pequenas empresas ganharam mais acesso a linhas de crédito para fins como o capital de giro.
Antes de contratar um empréstimo, porém, o consultor recomenda avaliar bem se ele é realmente necessário – e se o empreendedor terá condições de pagar as parcelas. “Tomar dinheiro, por menores que sejam os juros, tem um custo. E mais tarde esse valor entrará fluxo de caixa”, diz.
Se o empreendedor calcular que terá de vender R$ 10 mil a mais para cobrir o gasto, por exemplo, deve analisar o que precisará fazer para isso e se terá condições de fazê-lo.
Ele lembra que opções como o cheque especial tendem a não ser boas – mas que há exceções. “Se a pessoa precisa usar um valor que não tem hoje, mas que terá amanhã, ele pode ser mais vantajoso e barato do que um empréstimo que só será quitado daqui a alguns meses”, diz o consultor.
Já se o objetivo é cobrir um gasto por mais tempo, a dica é buscar um empréstimo com taxas menores, carência maior e com a menor garantia possível – evitando, por exemplo, opções como o home equity.
6. Enxergue oportunidades
Embora ‘apagar incêndios’ seja necessário, Iavelberg ressalta que empreendedores não devem limitar sua visão a eles. “Existe sempre o lado das oportunidades”, diz ele. Um exemplo claro é a tendência de que segmentos como e-commerce e delivery registrem aumento na demanda nesse período. “Cada empreendedor precisa entender seu desenho de negócio, analisando por que está passando por uma crise e que oportunidades pode tirar dela.”
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios
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